terça-feira, 12 de abril de 2011

Concepções de linguagem e ensino de português

No dia 12.04 será discutido o capítulo "Concepções de linguagem e ensino de português", do livro O texto na sala de aula, dou autor Geraldi.
Segue abaixo quatro questões essenciais para a interpretação do texto trabalhado, procurem respondê-las e analisá-las junto a Mariana Nonato (monitora) nos dias de atendimento, ou enviá-las para Juliana Vasconcelos (apoio acadêmico) por e-mail. Também é possível expor dúvidas no espaço "comentários" do blog.


Questões que auxiliam a compreensão do texto:
1.     1. Qual a questão posta em discussão no texto?
2.     2. Qual o objetivo do texto?
3.     3. Qual a opinião do autor sobre a questão posta em discussão?
4.     4.Que argumentos o autor utiliza para fundamentar a sua opinião?
      
      Também elaboramos um esquema do texto trabalhado, mas atenção, não dispensa a leitura do texto original, apenas serve para organizar as ideias do autor e auxilar a percepção de alguns elementos.

     
GERALDI, J. W. Concepções de linguagem e ensino de português. In: GERALDI, J.W. O texto na sala de aula. 2 ed. Cascavel: Assoeste, 1984. p. 41-48.
            Neste capítulo, Geraldi apresenta a problemática da crise do sistema educacional brasileiro, enfatizando o baixo desempenho do ensino de língua portuguesa. Para reforçar a sua afirmação, o autor apresenta alguns fatores:
·        a incapacidade da juventude de hoje em articular um juízo e estruturar linguisticamente uma sentença;
·        o fracasso da escola:
  ineficiência do ensino de língua portuguesa;
  precariedade das condições de trabalho do professor;
  precariedade dos investimentos.
1. Concepções de linguagem
            Partindo do pressuposto de que “toda e qualquer metodologia de ensino articula uma opção política [...] com os mecanismos utilizados em sala de aula” (p. 42), o autor apresenta concepções de linguagem correspondentes às três grandes correntes dos estudos linguísticos:
1.1. Gramática tradicional:
·         linguagem como expressão do pensamento;
·         base para os estudos tradicionais.
1.2. Estruturalismo e transformacionalismo:
·         linguagem como instrumento de comunicação;
·         concepção de língua como um código capaz de transmitir certa mensagem.
1.3. Linguística da enunciação:
·         linguagem como forma de inter-ação;
  lugar de constituição de relações sociais, onde os falantes se tornam sujeitos;
·         a língua só tem existência na sociedade;
  ao falar, o sujeito realiza ações que não conseguiria sem esse ato;
  o falante age sobre o ouvinte constituindo compromissos e vínculos.
Neste texto, Geraldi aprofunda as discussões relacionadas à linguística da enunciação, por acreditar que constitui uma postura educacional diferenciada, do qual os falantes se tornam sujeitos.
1.3.1. Estudo de língua portuguesa
            Nesta concepção de linguagem, o ensino de língua portuguesa deve-se basear em:
·         detectar os compromissos que se criam através da fala;
·         estabelecer condições que devem ser preenchidas por um falante em determinada situação de interação;
·         enfatizar as relações que se constituem entre os sujeitos no momento em que falam.
1.3.1.1. Variedade Linguística
O autor ainda apresenta a importância da atitude do professor frente às diferentes variações linguísticas na sala de aula. Ante a discussão, Geraldi apresenta conceitos relacionados à variação linguística:
·         a democratização da escola permite a reunião de representantes dos grupos sociais;
·         a consideração de uma variedade como culta ou padrão é decorrente do poder e da autoridade dos falantes nas relações econômicas;
·         fatores, apontados por Gnerre, associados à imposição social de uma variedade linguística como culta ou padrão:
  associação da variação à modalidade escrita;
  associação da variação à tradição gramatical;
  dicionarização dos seus signos;
  consideração da variação como portadora legítima de uma tradição cultural.
Decorrente destes conceitos, Geraldi discute a atitude do professor, procurando apresentar alternativas de ação para o ensino da língua portuguesa. Segundo Soares, há dois lados na discussão de como deve ser trabalhada a variação linguística em sala de aula, são eles:
·         respeitar e preservar a variedade linguística das classes populares:
  utilizar a variedade linguística das classes populares como instrumento do discurso escolar;
·         aprender a utilização da variedade linguística socialmente privilegiada:
  aprender a manter, com a linguagem, a relação com as classes dominantes;
  utilizar a linguagem como instrumento na luta pela superação das desigualdades sociais;
  romper com o bloqueio de acesso ao poder;
  oportunizar o domínio da variação padrão sem desvalorizar as outras formas de falar.
2. Ensino da língua e ensino da metalinguagem
            Neste tópico, é apresentado os fatores que desordenam o ensino de língua portuguesa:
·         ensino de uma metalinguagem de análise para alunos que não dominam a variedade culta;
·         exercícios contínuos de descrição gramatical;
·         estudo de regras e hipóteses que os profissionais não estão seguros de como resolver;
·         aprendizado da metalinguagem de análise da língua com exercícios esporádicos;
·         análise de uma língua dominando conceitos e metalinguagens;
·         aprendizado de descrições previamente feitas pela gramática.
Geraldi também apresenta alguns conceitos de um verdadeiro aprendizado da língua portuguesa:
·         dominar as habilidades de uso da língua em situações concretas de interação;
·         entender e produzir enunciados ;
·         perceber diferenças entre uma forma de expressão e outra;
·         utilizar a metalinguagem, para o ensino de primeiro grau,  quando a descrição da língua é necessário para alcançar o objetivo final de domínio.

Se quiser o material por e-mail, solicite no espaço "comentários"

e-mail da disciplina: fundamentos_linguisticos@hotmail.com - caso mande algum material para o e-mail, por favor, avisar no espaço "comentários".


Bons estudos,


Juliana Vasconcelos

Plano de curso

Bom dia alunos!
Nesse espaço postaremos diversos materiais para auxiliar seus estudos, da mesma forma que será possível vocês publicarem aqui produções que também possam auxiliar os estudos dos demais alunos, fazendo isso, o texto selecionado poderá contribuir para uma nota da disciplina. Aproveitem!
O blog também está aberto para exposição de comentários e dúvidas. 

Segue o plano de curso da disciplina Fundamentos Linguísticos.






UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE
CENTRO DE HUMANIDADES
UNIDADE ACADÊMICA DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA
COMPONENTE CURRICULAR: Fundamentos Linguísticos
Período: 2011-1            Carga horária: 60 h/a – 4 créditos
PROFESSORA: Dra. Roziane Marinho Ribeiro
   



PLANO DE CURSO

1. EMENTA: A linguística e o ensino de língua materna. Concepções de linguagem e suas implicações para o ensino de língua materna. Aspectos grafo-fônicos do português. Variação linguística e ensino de língua materna. A relação entre oralidade e escrita.

2. JUSTIFICATIVA:
A linguagem, em seus aspectos interativos e cognitivos, se constitui num dos principais instrumentos de socialização do homem e toma forma nas diversas formas de manifestação oral e escrita. Sendo assim, entender os fenômenos da linguagem e suas implicações sociais/culturais é condição indispensável para as ações do professor que atua no Ensino Fundamental, sobretudo, no que se refere ao ensino de língua materna. Espera-se que este professor, ao compreender a língua em sua constituição e funcionamento, seja capaz de pensar modelos significativos de ensino, isto explica a importância desta disciplina no curso de Pedagogia.

3. OBJETIVOS
GERAL:
Ø  Sob o escopo da linguística, propiciar elementos para compreender a língua portuguesa em sua constituição e funcionamento.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
Ø  Compreender a linguística em sua base conceitual.
Ø  Distinguir diferenças conceituais entre língua e linguagem.
Ø  Entender o sentido da gramática e suas diferentes abordagens de estudo.
Ø  Compreender as noções de normatização, variação e diversidade linguística.
Ø  Discutir sobre o ensino e aprendizado da gramática na primeira fase do Ensino Fundamental.


4. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Unidade 1 - A LINGUÍSTICA E SUA BASE CONCEITUAL
Conceito e propósitos da Linguística
Visão geral da história da Linguística
Concepções de língua e linguagem
Funções da linguagem

Unidade 2 - MODALIDADES DA LÍNGUA: o oral e o escrito
Concepções de oralidade
Relação oral/escrito

Unidade 3 - A NORMA E O ENSINO DE MATERNA
O que é gramática
Concepções de gramática
O ensino de gramática na escola
Ensino do oral

Unidade 4 - VARIAÇÃO LINGUISTICA E ENSINO DE LÍNGUA MATERNA
Conceito de variação linguística
Preconceito linguístico

5. METODOLOGIA:
O conteúdo será ministrado através de aulas interativas, em que serão priorizadas:

Ø  Leitura e discussão de textos teóricos.
Ø  Atividades realizadas a partir dos diversos textos estudados.
Ø  Exposição de slides.
Ø  Estudo orientado.
Ø  Atividades de produção e reescrita de resumos, resenhas e análises.
Ø  Exibição de filmes: Nell e Narradores de Javé

6. PROCEDIMENTO AVALIATIVO:

A avaliação se desenvolverá num processo contínuo e cumulativo. Observaremos, ainda, se os objetivos estão sendo alcançados e o que será necessário modificar para que desempenhos futuros sejam mais satisfatórios. Assim, avaliaremos o desempenho do aluno através da assiduidade e participação nas discussões em sala, bem como na realização de atividades.

A composição das notas será resultado de dois estágios, sendo assim distribuídos:

Avaliação 1: atividade individual (10.0)

Avaliação 2: atividade individual (5.0) + atividades diversas (5.0), cujo somatório será 10.0.

Avaliação 3: Seminário (5.0) + atividade individual (5.0), cujo somatório será dividido por 2.

REFERÊNCIAS:  
GERALDI, João Wanderley. Concepções de linguagem e ensino de português. In: O texto na sala de aula.
MARCUSCHI, Luiz Antônio; DIONÍSIO, Angela Paiva. Princípios gerais para o tratamento das relações entre a fala e a escrita. In: ______. Fala e escrita. Belo Horizonte: Autêntica, 2005.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. Breve excurso sobre a linguística no século XX. In: Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.
MARTELOTTA, Mário Eduardo (org.). Manual de linguística. São Paulo: Contexto, 2008.
RIBEIRO, Roziane Marinho. A construção da argumentação oral no contexto de ensino. São Paulo: Cortez, 2009.
PETTER, Margarida. Linguagem, língua e lingüística. In: FIORIN, José Luiz. Introdução à linguística: objetos teóricos. São Paulo: Contexto, 2002, p. 11-24.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino da gramática no 1º e 2º graus. São Paulo: Cortez, 2001.

OBRAS PARA APROFUNDAMENTO:
BAGNO, Marcos.; STUBBS, Michael.; GAGNÉ, Gilles. Língua materna: letramento, variação e ensino. São Paulo: Parábola, 2002.
FÁVERO, Leonor Lopes; ANDRADE, Maria Lúcia C. V. O.; AQUINO, Zilda G. O. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. São Paulo: Cortez, 2005.